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Você sofre de Busca Obsessiva Compulsiva?


É realmente a verdade o que buscamos?

Chamamos, muitas vezes, de “busca da verdade” aquilo que nos é uma compulsão.

Desejo de imaginar tudo o que se pode imaginar.

Desse modo essa compulsão é fazer com que o resultado dessa imaginação seja que tudo fique em estado de rendição ao nosso desejo.

Assim, esforçamo-nos para que aquilo que imaginamos se pregue ao nosso ser, como se fosse a nossa própria imagem.

Daí ser impossível não concluir que essa vontade e esse tal desejo são de fato vontade de poder—ainda que disfarcemos essa compulsão básica falando de bem e de mal; ou seja: de valores.

Estranhamente toda a nossa imaginação acaba se dirigindo para a construção de um mundo ao qual venhamos a render nossa homenagem e submissão.

Os poderosos desse mundo tornam-se cidadãos, membros ou diretores.

Temos que admitir que esse é o porre essencial que embebedou toda a nossa natureza, até como expressão daquilo que chamamos de “o melhor de nós”.

Tudo isto, no entanto, não é maior que aqueles casquinhos amazônicos que transportam os caboclos pelos rios.

É em algo tão frágil quanto os “casquinhos” que viajam nossas presunções, desejos e suas transmutações, às quais chamamos, muitas vezes, de valores.

Elas viajam de casquinho!

Nossos desejos estão embarcados no casquinho do futuro, e não sabemos que abaixo, no mesmo rio nos aguarda a tempestade. O rio corre dentro de nós!

Nesses casquinhos viajam sábios e gente de nomes imponentes, mas também vai nele grande multidão de povo: todos os que seguem sem pensar.

Assim, vai-se rio abaixo no casquinho, mas não é do rio que vem o perigo verdadeiro, esse vem de nós mesmos, pois, de fato, o nome de nossa tempestade chama-se poder.

Dinheiro, carisma, sedução, competência, generosidade ativa, cultura, força, beleza, feiúra, careta, antipatia, simpatia, fraqueza e até a sabedoria—sim! tudo isso é poder. O coração somente começa a encontrar paz quando esses desejos são admitidos como “criadores” e também como os “escravizadores” do ser. Afinal, tudo aquilo que nós mesmos criamos é sempre aquilo a que também nos submetemos.

Somos, assim, os senhores e os escravos de nós mesmos! Por isto, é que confesso: Aquele que comete pecado é escravo do pecado! Todos pecaram e igualmente carecem da glória de Deus! Pela Graça sois salvos... Isto não vem de vós... É dom de Deus... E não vem de obras para que ninguém se glorie!


Caio