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Você perdeu o Caminho...


 
O que acontece quando uma criança se olha no espelho?

Existe uma falta de discernimento dela mesma e um assombro por se ver diante de uma realidade que ela não compreende, mas que é ela mesma.
A humanidade, em relação a vida espiritual, é muitas vezes assim, como uma criança ao se olhar no espelho.
Sem discernimento de si, sem compreensão do que a cerca, cheia de assombros e indagações.
Muitas vezes, não por não saber quem é, mas por aos poucos, dentro do caminho, ter perdido sua identidade.
Sentir-se distante de si, de Deus, do outro, muitas vezes é resultado de uma perda de identidade, perda do seu próprio caminho, do seu eu.
Muitas pessoas nunca nem mesmo chegaram a encontrar seu caminho, mas foram a vida inteira arrastadas para um caminho que não era delas, nunca puderam caminhar com as próprias pernas.
A importância do conhecimento de si mesmo é para ter forças para caminhar com as próprias pernas e encontrar o próprio caminho, a própria verdade.
Quanto mais identidade reconhecida em nós mesmos possuímos, mais fortes ficamos para não cair nas mesmas armadilhas, isso porque ficamos mais lúcidos, como a criança que vai crescendo e tendo mais clareza para tomar as próprias decisões.
E então, a partir do momento em que começamos a trilhar nosso caminho, nos aproximamos mais de nós, nos reconectamos a nós mesmos, começamos a resgatar nossa identidade.
E a reconexão com nós mesmos anda, porém, junto com a nossa reconexão com Deus, pois Ele nos mostra toda a verdade que necessitamos saber, especialmente sobre nós mesmos.

Na verdade, Ele nos revela a Ele mesmo, que é o caminho e a verdade.
Assim acaba que nosso próprio caminho, se é a Deus que estamos buscando, acaba sendo Ele mesmo.
NEle nos tornamos lúcidos, nEle temos clareza, nEle nos encontramos e vamos de encontro ao próximo.
NEle, todo nosso assombro e falta de discernimento se esvaem, e nos tornamos seres profundamente serenos e pacificados.
Como narra João: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
 
Ele é a verdade.
 
Só se experimenta a verdade como exercício de uma vida que caminha em crescente liberdade, e que sempre acontece como risco, até mesmo o risco de conhecer a verdade quando ela desmascara o nosso próprio engano na vida.
A verdade liberta, mas é a liberdade que provoca o crescimento da verdade na vida.
É na existência que se conhece a verdade, não como um reconhecimento dela no intelecto, mas nas vísceras do ser, vivendo-a no caminho.
Gente presa ao medo de existir jamais conhecerá a verdade, visto que a verdade acontece como risco, como vertigem da liberdade, e como consequência da pessoa se haver entregado à vida, à existência, e sem medo de ser, e muito menos de se assustar com a própria face desmascarada pela luz do que é.
É a criança que cresce e tem discernimento do que é.
Gente da verdade nada tem a provar a ninguém, pois só teriam que provar alguma coisa se suas vidas não fossem a própria prova.
Pense nisto!
Caio.