O Desafio De Mudar!
Fazer com que momentos graves se tornem momentos grávidos, exige que a gente afaste do cenário duas coisas: de um lado a cautela imobilizadora, e de outro lado, o ímpeto inconseqüente.
O modo de faze-lo, é exatamente a capacidade de desenvolver a competência coletiva, e essa competência aponta na direção da necessidade de mudanças, e aí de novo, vem uma grande encrenca. Mudar é complicadíssimo.
Nós humanos e humanas gostamos muito daquilo que nos é familiar, que já estamos habituadas ou habituados. Tem gente que senta no mesmo lugar à mesa para comer há 10 20 e 30 anos, não muda de lugar, fica instável, até quando vem alguém de fora e não conhece um pouco os hábitos da família e senta naquele lugar, tem gente que perde até o modo de comer, porque alguém sentou na cadeira que ele está habituado a fazer há 10 20 anos.
É engraçado, tem gente que fala em mudar o mundo, e não consegue às vezes mudar até do lugar onde deita na cama.
Algumas pessoas se habituaram, aquelas que vivem com outros, à dormir por exemplo, numa cama de casal do lado direito ou esquerdo, mesmo quando dormem sozinhas, seja no hotel, seja numa viagem, seja quando o outro não está, deitam sozinho do mesmo lado, como se aquilo fosse um lugar natural das coisas.
Basta observar, você chega por exemplo, no auditório para assistir uma palestra, para assistir um evento, para participar de um seminário, para participar da reunião. Vem no período da manhã, senta numa determinada poltrona e ali fica. Não tem lugar marcado, você está sentada ou sentado ali, à tarde depois do almoço se volta para o mesmo local. Sabe qual é a tendência? Ir e sentar exatamente onde já se estava sentado antes, e mesmo que não tenha lugar marcado, a tendência é você ou eu chegar e sem falar nada, claro, quando tem alguém sentado, por educação, mas pensar: O que ele está fazendo no meu lugar? Porque, dá a idéia que nós temos lugares naturais, lugares que são nossos e dos quais a gente não arreda pé, dos quais a gente não quer sair, não quer deixar aquele espaço porque é o nosso abrigo. É o local onde nos sentimos bem, onde estamos confortáveis, e claro, estamos também conformados.
É só observar quando você pega um copo e põe água no copo, a água se conforma ao copo, ou seja, ela ganha forma do copo, mas fica ali dentro aprisionada também. Para que a água ganhe a sua capacidade de ir além, de sair dali, ela precisa transbordar, ir além da borda, ir além do seu limite.
Ora, Mudar É Uma Situação Em Que Nós Precisamos Transbordar, Isto É, Ir Além Do Nosso Próprio Limite, Alterar A Nossa Possibilidade De Ser De Um Único E Exclusivo Modo.
Os Árabes até um ditado muito apreciável que diz: Homens São Como Tapetes, Às Vezes Precisam Ser Sacudidos.
Mario Sérgio Cortella!
Labels:
SAÚDE EMOCIONAL